Mal acordara para mais um dia de trabalho, a Cidade de São Paulo parou naquela sexta-feira para acompanhar um dos mais terríveis episódios de sua história. Um incêndio destruiu 18 dos 25 andares do moderno e imponente Edifício Joelma, onde encontravam-se mais de mil pessoas, entre funcionários e visitantes.
O fogo começou pouco antes das nove horas da manhã no 12º andar e seguiu invadindo os andares superiores, obrigando as pessoas a fugirem para o terraço. Em menos de meia hora, as labaredas já alcançavam o último andar do prédio. Num ato de desespero extremo, algumas pessoas atiravam-se do alto do edifício.
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Lá embaixo, uma multidão aglomerada nos arredores do edifício acompanhava tudo, aparentando não acreditar no que testemunhava: O Joelma ardia completamente em chamas. Solidários, muitos pediam calma, através de mensagens improvisadas escritas em faixas ou rabiscadas no asfalto. Outros se apresentavam para ajudar os bombeiros. Contudo, a densa fumaça, o calor infernal, o difícil acesso ao local e a limitação dos equipamentos comprometeram o controle do fogo e o resgate das vítimas.
Um dos momentos mais emocionantes foi o salvamento de uma criança de pouco mais de um ano. Sua mãe saltou para a morte do 15º andar, mas abraçou-se com ela, e acabou protegendo-a do impacto da queda.
Além das mortes em conseqüência das quedas, vários corpos carbonizados foram encontrados nas dependências do prédio. Houve ainda mortes por asfixia. Ao final da operação de resgate, o número de feridos ultrapassava 500 pessoas, entre as quais contabilizava-se quase 200 vítimas fatais.
Socorro e prevenção insuficientes
A catastrófica experiência de incêndio de gigantescas proporções envolvendo construções novas com modernos sistemas de segurança marcou a rotina paulistana no início dos anos 70. Mal a opinião pública arquivava com emoção o desastroso caso no Andraus (1972), o fogo irrompia no Joelma, em decorrência de um curto-circuito em um equipamento de ar-condicionado. E reacendia-se também uma polêmica. Evidenciava-se a urgência em rever, além das deficiências da Corporação dos Bombeiros, a legislação preventiva em vigor, regida ainda por um Código de Obras dos anos 30.
Fonte:http://www.jblog.com.br
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